domingo, outubro 11, 2009

HOMENAGEM DO STV AS CRIANÇAS DO BRASIL E DO MUNDO!

MAMÃE FAZ TUDO
Cuidado com os acidentes domésticos
Prevenção de Acidentes na Infância


Prevenção de Acidentes na Infância Faz parte da missão do pediatra alertar a família sobre os riscos que corre a criança no lar ou mesmo fora dele (mas sobretudo no lar, quando a criança é pequena).

Ele deve orientar a família para a criação de uma verdadeira mentalidade de prevenção de acidentes, isto é, para que se pense no acidente antes que o mesmo ocorra - assim como se pensa em determinada doença contra a qual foi aplicada a vacina respectiva. Vejamos, a seguir, alguns acidentes mais frequentes e como preveni-los.

Quedas:

Na criança pequena, as quedas ocorrem quase sempre porque ela é subestimada. Quedas frequentes e perigosas ocorrem também do cadeirão - a criança que nela foi colocada não deve ser deixada só nem por uma fração de segundo. Passando a engatinhar e a andar, o risco maior são as escadas: as crianças serão protegidas com a colocação de grades ou portões adequados. Todas as janelas acima do térreo devem ter grades de proteção. Evite pisos escorregadios, principalmente em banheiros, e coloque sempre um tapete antiderrapante no box do chuveiro.

Queimaduras e choques:

O máximo cuidado deverá ser tomado com a temperatura da água do banho: a criança somente deve entrar na água já testada pela mãe. Mamadeiras ou alimentos muito quentes podem queimar toda a boca da criança. Nunca se deve dar uma caixa de fósforos para a criança brincar - é um "chocalho" perigoso pois, mais cedo ou mais tarde, ela levará à boca a caixa e/ou os palitos, que contêm substâncias tóxicas; mais cedo ou mais tarde, ela aprenderá a riscar o palito na caixa,correndo o risco de se queimar ou mesmo de incendiar a casa. Não permita que a criança se aproxime do fogão: ainda assim, utilize as bocas de trás do mesmo ou, pelo menos, mantenha os cabos das panelas voltados para dentro. As tomadas de luz devem ser obturadas através de plugue próprio ou mesmo com esparadrapo. Nunca deixe uma criança tocar em lâmpadas acesas que estejam ao seu alcance (abajures, por exemplo) - a queimadura será inevitável.

Asfixia (sufocamento):

A asfixia pode ocorrer por corpo estranho ou por imersão. A criança pequena costuma explorar o ambiente muitas vezes através da própria boca. Todo brinquedo deverá ser analisado com espírito crítico pelo adulto, verificando quais os possíveis riscos que ele possa oferecer (rodinhas de automóvel, olhos de bonecas etc.) Em princípio, a criança pequena terá brinquedos grandes (que não caibam na boca), reservando-se os brinquedos pequenos (peças de montar) para as crianças maiores. Recomenda-se não utilizar, antes dos três meses de vida, mosquiteiros no berço, nem usar correntes ou fitas no pescoço - há o risco de sufocação. Quanto à asfixia por imersão (afogamento), devem-se tomar cuidados profiláticos básicos: nunca deixar a criança sozinha na banheira ou em piscinas.

Intoxicações:

É fundamental fazer-se rigorosa triagem nos armários sob a pia da cozinha, depósito de substâncias cáusticas, detergentes, produtos de limpeza e até soda cáustica ou formicidas que, quando ingeridos, podem causar graves e até fatais intoxicações. Nunca transferir para garrafa de refrigerante restos de detergentes ou de qualquer outro produto de limpeza: a memória visual da criança é surpreendentemente ótima e assim ela poderá ingerir substâncias altamente tóxicas julgando estar tomando inocente refrigerante de seu agrado. Os medicamentos devem ser guardados a sete chaves. Deve haver particular cuidado com três grupos de medicamentos: a aspirina (muitas vezes com visual e/ou odor agradáveis) que pode causar grave intoxicação; todos os medicamentos de uso nasal (à exceção do soro fisiológico), quase sempre derivados da efedrina, que podem levar até à parada cardíaca; e os sedativos de tosse à base de codeína, narcótico que pode produzir grave depressão respiratória e que nunca deveria ser prescrito antes dos três anos de idade.

Ferimentos:

Facas, garfos, tesouras e outros objetos cortantes nunca deveriam permanecer ao alcance das mãos das crianças. Tampouco se permitirá que uma criança de tenra idade ande pela casa levando em suas mãos ainda inseguras um copo, uma garrafa ou outro objeto de vidro - ela pode cair sobre o mesmo, sofrendo cortes sérios e múltiplos.

Portas e chaves:

Há apartamentos providos de fechadura dita de segurança, cuja maçaneta externa não gira. Pode ocorrer que a mãe, estando só com seu filho, e indo atender à porta, a criança, mesmo engatinhando, fechar a porta com um simples empurrão, deixando a mãe no hall do elevador sem possibilidade de entrar e a criança presa no apartamento. A partir de certa idade, é preciso remover todas as chaves das portas internas, pois a criança pode se trancar e não saber como abrir a porta. Os banheiros devem ser providos de fechaduras tipo borboleta em que a porta pode ser aberta por fora com chave romba, que deverá estar sempre em local acessível à família.

Elevadores:

Por motivos óbvios, enquanto a criança não atingir certa maturidade, ela não deverá utilizar o elevador a não ser em companhia de um adulto.

A criança no automóvel:

As viagens à noite não são recomendáveis: geralmente o motorista já está cansado e com seus reflexos diminuídos. Além disso, à noite qualquer pequeno defeito mecânico tornaria o reparo mais problemático e demorado. A viagem deverá ser programada para o período da manhã. A velocidade será moderada, prevendo-se várias paradas em lugar sombreado para trocar, alimentar e oferecer água à criança, fazer refeições ligeiras, podendo-se, no dia da viagem, dispensar-se a sopinha e substituí-la por mamadeira. A criança nunca viajará no banco dianteiro, só ou no colo da mãe; numa freada brusca ou num acidente, ela pode ser projetada contra o pára-brisa, o que pode ter conseqüências fatais. Ela poderá ser transportada no banco traseiro e, dependendo de sua idade, no moisés ou em cadeiras próprias, sempre protegida pelo cinto de segurança. De um modo geral, a criança pequena suporta bem qualquer tipo de viagem, inclusive aérea, não estando ainda sujeita aos enjôos da criança mais velha.

Educação para o trânsito:

À medida que a criança for crescendo, ela deverá ser educada para o trânsito. Mostre-lhe que é perigoso brincar em ruas de movimento e lhe ensine a somente atravessar as vias públicas nas respectivas faixas de segurança. Lembre-se de que ela se espelhará no exemplo dos mais velhos: se o pai, ao dirigir o automóvel, não respeita os sinais de trânsito, se é um mau motorista, que esperar do filho quando o mesmo começar a dirigir?
Dr. Manuel Naves
Publicação: Janeiro 2000 - Edição: 3

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