terça-feira, outubro 12, 2010

STV informa -RESGATE DOS MINEIROS CHILENOS(UM É BOLIVIANO): SEUS RISCOS E LIÇÕES A TIRAR(COMO É IMPORTANTE UMA APR...)




Veja os riscos da operação de resgate dos mineiros no Chile
12 de outubro de 2010  09h25  atualizado às 09h32

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Caminhão transporta máquina que perfurou o túnel por onde os mineiros serão resgatados. Foto: AP

Caminhão transporta máquina que perfurou o túnel por onde os mineiros serão resgatados
Foto: AP

O içamento dos mineiros através de um duto de 622 m de comprimento e 66 cm de diâmetro tem riscos pela possibilidade de queda de pedras, mas também pela carga psicológica que a operação implica. Quando se aproxima o momento do resgate, aumenta o nervosismo. O processo inclui a subida de uma cápsula de 4 m de altura, com 450 kg, que percorrerá o equivalente a um prédio de 250 andares.

A expectativa, que vem crescendo entre os familiares e a opinião pública, é frequentemente contrariada pelo engenheiro-chefe do resgate, André Sougarret, que adverte sobre os riscos da operação. "Sempre há risco quando transportamos pessoas em um sistema vertical", disse ele na segunda-feira. "O risco tem a ver com a queda de pedras e que alguma das cápsulas fique presa. Mas temos mecanismos para soltá-las", afirmou Sougarret.

A viagem da cápsula
Para minimizar o risco de queda de pedras, foi decidido revestir o duto com tubos de metal nos primeiros 96 m, mas um problema com um dos canos forçou a redução do revestimento para 56 m. Apesar disso, a cápsula foi testada na segunda-feira, descendo pelo duto por 610 m. Os resultados deixaram todos otimistas, segundo o ministro Laurence Golborne.

"A cápsula se comporta muito bem dentro do duto, se desloca bem com revestimento e sem revestimento. Não há nenhum movimento de balanço dentro da cápsula. Não há queda sequer de poeira dentro do duto", afirmou Golborne.

De qualquer forma, há um mecanismo para o caso de a cápsula travar: o mineiro pode ativar uma alavanca que separa as partes superior e inferior do compartimento. A parte de baixo da cápsula desce com o mineiro, preso por cintos de segurança, até o abrigo.

Alguns especialistas recomendaram o revestimento total do duto. Mas segundo Omar Gallardo, professor de engenharia de minas da Universidade de Santiago, "o risco que poderia haver é a separação de uma rocha, mas a possibilidade é mínima". "Isso poderia trancar a cápsula", disse Gallardo à AFP. "O revestimento dos primeiros metros reduz esse risco; as pedras parecem estar muito firmes, por isso é preciso testar a cápsula várias vezes, para cima e para baixo", afirmou o professor.

Há poucos dias, o diretor do departamento de engenharia de construção na Universidade Central do Chile, Miguel Mellado, disse que "não revestir é extremamente inseguro para este resgate. Pedras poderiam se desprender, com um risco muito alto para aqueles que estão embaixo, o que poderia obstruir a via de resgate", disse ele.

Riscos para a saúde
O ministro da Saúde, Jaime Mañalich, acredita que o maior perigo é que os mineiros sofram um ataque de pânico durante a subida. "Isso pode ocorrer porque eles subirão em um veículo que se move através da rocha, e cujo fluxo não é simétrico, além de suportarem o calor de cerca de 30°C", disse o ministro.

Por causa das dificuldades previstas, os mais hábeis foram escolhidos como os primeiros para ser trazidos à superfície, pois eles podem relatar os problemas da subida e alertar aos demais. Nesta terça-feira, uma equipe de três psicólogos entregará aos mineiros uma lista com os quatro primeiros a sair e também com os nomes dos 10 seguintes, que são considerados os mais frágeis. Até agora, só foi anunciado que o último a sair será Luis Urzúa, 54 anos, que liderou o grupo após o desmoronamento.

Com informações da AFP e EFE.


FONTE: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4730323-EI16934,00-Veja+os+riscos+da+operacao+de+resgate+dos+mineiros+no+Chile.html#tarticle


SOCORRO

Risco na subida de mineiros preocupa equipe de resgate

Mesmo com a garantia das medidas de segurança da operação, autoridades chilenas temem que mineiros possam vir a passar mal durante o salvamento

Publicado em 12/10/2010 | FOLHAPRESS

Em entrevista coletiva ontem, o ministro da Saúde chileno, Jaime Mañalich, seu colega da pasta da Mineração, Laurence Golborne, e o chefe das operações de resgate, André Sougarret, explicaram detalhes e riscos da operação de resgate dos 33 mineiros isolados há 67 dias na mina San José (norte do Chile) – marcada para ao longo da madrugada de quarta-feira, mas que pode ser antecipada. O ministro da Saúde informou que o estado dos 33 trabalhadores segue estável. "Não há novidades quanto à saúde deles, todos estão bem." 

A coletiva das três figuras principais nas operações de resgate começou algumas horas depois de ter sido feito o anúncio de que o revestimento de aço dos primeiros 90 metros do túnel pelo qual os 33 mineiros chilenos devem ser resgatados foi concluído nas primeiras horas de ontem.

Otimista, o ministro da Mine ração, Laurence Golborne, disse que todos os testes com a cápsula Fênix 1 já foram finalizados, e após a descida do dispositivo até 610 metros – dos 622 necessários para alcançar os mineiros – foi possível determinar que não há riscos de desabamento durante a subida dos trabalhadores à superfície. Caso aconteça qualquer problema com a primeira cápsula, as equipes têm de prontidão outros dois dispositivos, a Fênix 2 e a Fênix 3.

Produção local

História dos mineiros deve virar filme

Da Redação, com agências

Uma história de cinema, claro, vira cinema. O drama dos 33 mineiros presos a 700 metros de profundidade ganhará as telas em breve, e já tem título e cartaz provisório: "Los 33", de acordo com o diretor Rodrigo Ortúzar. O pôster de divulgação mostra um mineiro caminhando dentro de um túnel, com uma luz ao fundo.

O cineasta afirma que o filme será "uma mistura de ficção e imagens já gravadas" por emissoras de tevê que acompanham o desenrolar dos fatos, e também por material filmado por sua equipe.

"Minha ideia é fazer uma história que esteja focada no soterramento e, ao mesmo tempo, no renascimento dos mineiros quando eles voltarem à superfície", avalia.

Ortúzar antecipa que a produção irá se chamar "Los 33". Este é quase um número cabalístico: eram 33 os caracteres da mensagem que emergiu das profundidades da mina para alertar que os 33 homens estavam vivos.

O filme também terá uma duração de 1 hora e 33 minutos.

É bastante comum o uso de histórias de tragédias reais em filmes. Em 1993, o filme norte-americano "Vivos", dirigido por Frank Marshall, contou a história do grupo de sobreviventes de um acidente aéreo nos Andes, de 1972. A equipe de rúgbi do Uruguai que, viajava ao Chile para disputar uma partida, ficou perdida em meio à Cordilheira dos Andes. Dos 45 passageiros sobreviveram 16.

Riscos da subida

Para Jaime Mañalich, da pasta da Saúde, a maior parte do trabalho será feita para preparar os mineiros antes da subida. O ministro da Saúde informou que os mineiros deverão começar uma dieta líquida cerca de seis horas antes do início dos trabalhos. "Será uma dieta com muitas calorias e suplementos de magnésio e fósforo".

O trio que lidera todas as operações de resgate informaram que quatro socorristas descerão para auxiliar na preparação dos mineiros. São eles: um especialista em resgate em minas, dois enfermeiros e um mineiro.

Além da sensação de claustrofobia devido ao tamanho da cápsula, as autoridades temem que os mineiros possam vir a sentir, durante a operação de subida, pânico, náuseas, embolia pulmonar, vômitos, desmaios, problemas com a mudança de temperatura, dos 30º C no interior da mina para 1º ou 2º C na superfície.

Outra preocupação é que a subida dos mineiros será feita sob condições de vibração constante, que incluem choques com as paredes de rocha viva e a decorrente produção de faíscas. 

O grupo só saberá quem será o primeiro da equipe de resgate a descer horas antes do início da operação, para minimizar o estresse e a tensão, indicaram os ministros.

Operação inspira atos de fé em todo o mundo

Nos dias de isolamento na mina desabada, os trabalhadores chilenos estimularam manifestações de fé dentro e fora do refúgio. Houve missas na superfície, missas dentro da mina, imagens de santos por todos os lados, além de mensagens de fé enviadas de todo o mundo via internet.

O mais alto representante da Igreja Católica, o pontífice Bento XVI, fez orações pedindo a salvação dos 33 mineiros – 32 chilenos e um boliviano – presos por mais de dois meses a mais de 600 metros de profundidade.

"Não me esqueço dos mineiros da região do Atacama e seus entes queridos, por quem rezo fervorosamente", disse o Papa, ao receber o novo embaixador do Chile no Vaticano, Fernando Zegers Santa Cruz, 78, na última quinta-feira.

Em discurso feito em espanhol, o Papa ressaltou que o Chile "ainda que esteja distante geograficamente daqui, levo-o dentro do meu coração".

Na última sexta-feira, o Papa ganhou uma bandeira do Chile assinada pelos mineiros, confirmou a embaixada chilena no Vaticano. Foi um agradecimento, pelos 33 rosários benzidos que Bento XVI enviou aos mineiros no começo de setembro.

Em 2 setembro, mesmo dia em que os mineiros receberam os rosários abençoados, o arcebispo de Santiago, o cardeal Francisco Javier Errázuriz, celebrou uma missa em pleno deserto do Atacama para os familiares e amigos dos mineiros.

No mesmo dia, a mina recebeu a visita do padre irlandês Donald O'Keeffe junto com sua congregação, os Legionários de Cristo, trazendo 33 retábulos da Virgem de Guadalupe – um para cada família dos mineiros presos.



Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?tl=1&id=1056397&tit=Risco-na-subida-de-mineiros-preocupa-equipe-de-resgate


Edição do dia 12/10/2010

12/10/2010 08h47 - Atualizado em 12/10/2010 08h51

"Últimas operações serão delicadas", afirma especialista sobre resgate de mineiros no Chile

Nós entrevistamos o pesquisador da Coppe-UFRJ, especialistas em análise de situações de emergência, Moacyr Duarte.

Estes mineiros estão soterrados há mais de dois meses. Como eles podem estar psicologicamente agora?

Eu tenho a impressão que o pior foram os 15 primeiros dias em que eles ficaram soterrados sem saber se iam ser encontrados ou não. De uma maneira geral, o ser humano reage muito bem aos sacrifícios com hora marcada para terminar. Eu tenho a impressão que a expectativa de alívio supera tudo.

A mina está a uma profundidade de 700 metros. Quando houve o desabamento, os mineiros ficaram presos e têm perto deles um refúgio de 50 metros quadrados. E eles têm, mais ou menos, um quilômetro de túneis. E a dificuldade vai ser o percurso que eles vão ter que fazer. Como é que vai ser feito esse resgate.

O aspecto delicado é que, durante a perfuração, há uma inclinação de 10° no início do túnel. Para se ter uma noção, verticalmente, 10° é pouca coisa, em relação. A broca faz esse túnel. A melhor imagem é uma gaveta. Quando você tenta forçar uma gaveta para dentro do armário, você sabe que se você empurrar mais um lado do que o outro, ela trava, você tem que puxar ela de volta e encaixar.

E isso pode acontecer com a cápsula? Ela pode travar enquanto estiver sendo puxada?

Ela tem uns roletes para, caso de ela bater no túnel de terra, ela ficar equilibrada. Mas, como a operação via ser feita 30 vezes, vai gerar um desgaste do túnel. Então, as últimas operações vão ser delicadas. Como o mecanismo faz muita força para puxar, se der uma pequena travada naquela gaveta, por onde está saindo o mineiro, ele pode arrebentar o cabo. Isso seria pior situação.

E existe o risco na subida de desmoronamento ou de queda de pedra ou queda de entulho em cima da cápsula?

Exatamente. Eles tentaram evitar isso, cobrindo com um revestimento metálico a entrada do túnel, justamente onde a cápsula vai fazer a curva. Mas um detalhe é que cada mineiro que for retirado vai fazer também um trabalho de inspeção do túnel. Vai relatar quando chegar à superfície qual é o estado exato, se houve alguma dificuldade para que a operação seja feita em sequência.

Mas eles têm um controle dessa subida? Eles têm que acionar algum botão?

Sim, eles têm uma comunicação. Eles comunicam por rádio o acionamento, o 'ok', quando o mineiro se posiciona. Ele é colocado em um aparato de respiração autônoma. E uma vez ancorado na cápsula, mexer o mínimo possível é o segredo para manter o equilíbro da cápsula. Então, ele começa a fazer a elevação. Tudo isso é feito em estágios e com comunicação.

E depois da saída deles, qual é o procedimento?

A saída vai ser uma incógnita, primeiro, sobre o estado de saúde deles e o próprio impacto da elevação. Essa diferença de altura de 700 metros em termos de ar rarefeito e de umidade pode ter algum efeito. Não se sabe. Tanto que eles vão sofrer uma avaliação antes. Assim que sair, eles vão fazer uma avaliação rápida e emergencial para saber se há alguma intervenção de emergência. Depois, eles vão para o hospital para serem examinados com mais cuidado.

Que aprendizado se tira disso?

Eu acho que os dois mais importantes são os seguintes. O primeiro é que houve um improviso no resgate. Não é possível que você tenha uma atividade de mineração, no caso que dá milhões e que sustenta boa parte das atividades econômicas, e que, na hora de você resgatar os seres humanos que fazem isso, há um improviso. Acho que isso vai gerar um aprendizado mais especial. E o segundo, sobre a própria condição física. Da mesma maneira que aprendemos com os astronautas. Com os mineiros, vamos aprender sobre a resistência.


STV - http://segurancadotrabalhoedavida.blogspot.com 




 


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