sexta-feira, outubro 29, 2010

CADÊ O RECONHECIMENTO,BRASIL?



PRECISAMOS DEIXAR AQUI O QUE FALTA ÀS AUTORIDADES PÚBLICAS E A SOCIEDADE. RECONHECER O BELO TRABALHO DESTES SIM HERÓIS,QUE MESMO NO CUMPRIMENTO DA SUA OBRIGAÇAO,SÃO CARENTES DE VALORIZAÇÃO,ESTRUTURA,RECURSOS E SOLIDARIEDADE!PARABENS SAMU,BOMBEIROS E DEFESA CIVIL.E A PERGUNTA: ATÉ QUANDO CAIRÃO CASARÕES EM SALVADOR?TEMOS HOJE MAIS 400 EM RISCO IMINENTE DE DESABAMENTO...
 
Você está em: Home / Notícias / Geral
Geral
Um resgate dramático em Salvador
Data: 04/08/2010 / Fonte: Lucas Albuquerque – SAMU Salvador/BA

Foto: Luis Claudio Sacramento Jesus

Salvador/BA - No dia 17 de julho, minha equipe de plantão, juntamente com mais duas equipes (um total de três ambulâncias), foi acionada para dar apoio à operação de resgate do Corpo de Bombeiros de uma vítima presa nos escombros no casarão da Ladeira da Conceição, em Salvador/BA. Na madrugada, o colega médico Marcelo Pato e sua equipe já tinham atendido aos dois sobreviventes anteriores.

Passamos o dia no local, aguardando o parecer dos bombeiros. Por volta das 11h30min, eu e o colega Duarte (condutor) tivemos acesso à laje de onde se chegava aos escombros. Montamos uma estrutura com os equipamentos do SAMU para atender aos bombeiros que subiam do "buraco" com tontura, vertigem, dificuldade respiratória, etc.

A partir desse momento, passei a perceber a importância do trabalho em equipe. Em cima da laje, eu tive todo o suporte e dedicação dos colegas que ficaram no solo: Vanderson (condutor), Zezé (enfermeira), Bruna (técnica em Enfermagem), além da técnica da outra equipe, que repunham o material e até providenciaram bebida e comida para quem estava lá em cima.

Durante esse momento, a equipe da Central de Regulação do SAMU nos ofereceu troca de equipe e disponibilizou um carro administrativo para repor os cilindros de O2 (oxigênio), além de enviarem os guerreiros motociclistas para o apoio.  Por já estarmos envolvidos na situação e entendendo a operação dos bombeiros, eu e minha equipe recusamos a troca de plantão e permanecemos no local mesmo tendo acabado o expediente de trabalho.

Por volta das 20 horas, fui chamado pelo capitão Pena, que estava dentro do prédio por todo o dia. Ele pediu uma avaliação clínica no local, pois a vítima estava presa pelo braço esquerdo e com muita dor. Tomei a decisão de descer aos escombros, pois, embora soubesse do risco, os bombeiros me passaram segurança. De fato, era muito complicado chegar até lá, por isso os bombeiros tentaram preservar as equipes do SAMU o máximo possível e protelaram a nossa descida.

Após avaliar o local e as condições clínicas da vítima, injetar analgésicos e a estabilizar hemodinamicamente, conversei com ela e com a equipe dos bombeiros. Nesse momento, eu tinha a certeza do bom trabalho desenvolvido por eles durante todo o dia - visto a real impossibilidade de resgatar a vítima sem a nossa intervenção.

De volta à superfície, indiquei a necessidade de uma anestesia local e uma posterior amputação do membro. Tínhamos uma vítima estável, lúcida, mas que corria risco de vida e colocava toda equipe em perigo pela possibilidade de desabamento no local. Pedi orientação ao Dr. Ivan Paiva (coordenador do SAMU), ao Dr. Oswaldo Neto e ao Dr. Enox Paiva, que me informaram como proceder e se prontificaram em ir ao local.

Quando eu estava lá embaixo pela segunda vez, para tentar adiantar a preparação do procedimento, o sempre solícito Dr. Oswaldo e o colega Dr. Enox chegaram e assumiram com eficiência a "cirurgia".

Concluo este texto com a sensação de dever cumprido e, sobretudo, ressaltando o trabalho dos colegas bombeiros e agradecendo a todos os samuzeiros envolvidos na ocorrência.

Confira a reportagem completa sobre esse resgate dramático na edição 22, de agosto/setembro, da Revista Emergência.

Nenhum comentário: