domingo, julho 18, 2010

SALVADOR-BAHIA-BRASIL: Escadarias da cidade são inseguras e estão degradadas

17/07/2010 às 20:40
ATUALIZADA EM: 17/07/2010 às 20:54 COMENTÁRIO (0)

Içara Bahia, do A TARDE

Haroldo Abrantes / Agência A TARDE
Moradores de bairros ligados por escadarias reclamam da sujeira e temem a insegurança
Moradores de bairros ligados por escadarias reclamam da sujeira e temem a insegurança

Muito mais do que simples peças arquitetônicas, as escadarias da capital baiana fazem conexão entre bairros, ruas e avenidas. Neste final de semana, a reportagem de A TARDE percorreu algumas delas e constatou que descaso, falta de segurança e manutenção são alguns dos itens preocupantes para usuários que sobem degrau por degrau diariamente.

Nas escadas que ligam a Rua Djalma Dutra, nas Sete Portas, à Rua Arlindo Fragoso, no bairro do Matatu, a sujeira faz parte do cenário.

"O pessoal que fica na rua, por não ter onde dormir, vem para cá, traz lata e papelão. Eles fazem as necessidades e o local fica com um cheiro ruim", afirma o taxista Manoel Raimundo Álvaro, morador da Arlindo Fragoso há 50 anos. "Não há limpeza por parte da prefeitura. Se existisse mesmo, acabaria com essa sujeira", completa.

"Botaram um corrimão, mas não existe manutenção", reforça o lavador de carros Raimundo Guimarães, que trabalha em frente à escada. "Deveriam fazer limpeza com jato d'água", sugere.

A escadaria que liga a mesma Djalma Dutra ao bairro de Nazaré tem até título de logradouro. Conhecida como Rua Barão de Studart, o local não possui cestos de lixo e, por isso, acumula resíduos e sujeira pelos degraus. "Cheguei aqui no mês de janeiro e nunca vi alguém fazer a limpeza, que é realizada pelos próprios moradores", garante o vigilante Reinaldo Félix, morador de um dos condomínios erguidos ao longo da escadaria, que ainda abriga uma Igreja Evangélica.

Matos e plantas crescem no entorno sem nenhum cuidado. "As plantas não estão bem-cuidadas", diz a estudante Alana Penha de Souza, 11 anos. Se ela pudesse modificar e melhorar as condições da escadaria, transformaria os degraus em "escadas rolantes", para facilitar a vida de muitas pessoas.

Aparência - Na escada que liga o Aquidabã ao bairro da Saúde, o lixo estava espalhado pelos degraus. Verônica dos Santos Silva, 29 anos, agente de limpeza de uma empresa contratada pela prefeitura, cuidava do recolhimento da sujeira no local. "Aqui precisa é de segurança. É perigoso", afirma. Na opinião dela, a escada não está "tão acabada como muitas que estão por aí", mas diz que uma pintura e a troca do corrimão contribuiriam para melhorar a aparência do local.

Os degraus que permitem o acesso do Campo Grande ao Vale do Canela, na lateral do viaduto que corta o início da Avenida Contorno, são outro exemplo de descaso e insegurança. Com sujeira acumulada, permanece escorregadio em dias de chuva, além de não ter corrimão para auxiliar na subida e descida.

Não distante dali, na Vasco da Gama, a escadaria ao lado da encosta decorada pelo artista plástico Siron Franco transforma-se em verdadeiro riacho durante as chuvas.

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