quinta-feira, abril 15, 2010

NADA MUDOU. CONTINUA A VERGONHA DO DESCASO DO PODER PÚBLICO MUNICIPAL....

 
14/04/2010 às 08:25
  | ATUALIZADA EM: 15/04/2010 às 02:10 | COMENTÁRIO (0)

Deslizamento de terra mata duas crianças em Vila Canária

Maiza de Andrade l A TARDE e A TARDE On Line

Duas crianças morreram soterradas por causa das fortes chuvas que atingiram a capital baiana na quarta-feira, 14, à noite. De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), um deslizamento de terra atingiu dois imóveis no bairro de Vila Canária. Os dois garotos, de 2 e 6 anos, estavam no quarto e foram atingidos pela parede. A mãe sofreu ferimentos e foi levada para o posto médico de São Marcos, onde foi sedada devido ao choque emocional.

Foto: Fernando Amorim/Agência A TARDE 

A casa onde os meninos moravam com a mãe fica no fundo de um vale, com encostas íngremes e ocupadas desordenadamente. Conforme João Paulo, no mesmo local, três casas foram soterradas no ano passado.

Ainda segundo a Codesal, teria havido mais duas mortes em um deslizamento de terra em Sussuarana, mas até as 23 horas de quarta o Corpo de Bombeiros não confirmava o fato. Cinco pessoas ficaram feridas em desabamentos no bairro de Águas Claras.

No início da noite, a terra deslizou de uma encosta interditando o tráfego de veículos na Avenida Gal Costa, via que separa o bairro de Sussurana do Pau da Lima. Moradores locais afirmavam que uma  motocicleta teria sido soterrada ao passar pelo local. Os bombeiros que foram atender ao chamado tiveram que suspender as buscas  por causa do risco de novos deslizamentos.

À tarde, quatro pessoas ficaram feridas no desabamento de um imóvel, no bairro de Águas Claras. Após receber a solicitação de emergência, o órgão enviou engenheiros técnicos ao local para verificar a situação. Segundo a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), o desabamento aconteceu na rua Celica Nogueira. Os feridos foram socorridos por uma equipe do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu/192), sendo que um deles sofreu traumatismo craniano.

O fluxo de veículos ficou lento no local, onde se formou uma aglomeração de curiosos após o ocorrido. A ladeira de Águas Claras, principal via do bairro, também ficou com o tráfego prejudicado, devido aos pontos de alagamento. Uma manifestação de moradores estava marcada para as 17h no local, mas até as 18h a Transalvador ainda não havia confirmado a ocorrência.

Outro desabamento foi registrado na Rua Barão de Cotegipe, no bairro da Calçada. Uma loja foi atingida e duas pessoas ficaram feridas. Uma delas foi atendida pelo Samu e liberada em seguida. A outra foi levada ao Hospital Geral do Estado (HGE). Um engenheiro da Codesal foi até o local verificar as possíveis causas do acidente.

Em Placafor, oito barracas correm risco de desabar, porque a ressaca da maré provocada pelas chuvas dos últimos dias derrubou a alvenaria construída pelos barraqueiros para sustentar as construções. Os comerciantes ainda montaram uma proteção com sacos de areia, que também foi destruída pela água do mar.

Problemas de drenagem - O canal do Imbuí, cujas obras ainda não foram concluídas, não suportou a quantidade de água acumulada pela chuva de quarta e transbordou, inundando a Rua das Araras. Carros de passeios e até ônibus com passageiros ficaram ilhados na via.

Foto: Fernando Vivas/Agência A TARDE  

Houve rumores de que os moradores da comunidade do Bate Facho, no mesmo bairro, fecharam uma parte da Avenida Jorge Amado e ameaçaram atear fogo nos veículos que tentavam circular pelo local.

Aeroporto - Parte da pista que leva ao Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães ficou alagada por conta do temporal. Automóveis quebraram na via e passageiros dos voos que saíram na noite de quarta tiveram que descer dos carros e completar o percurso até o aeroporto à pé, depois de mais de uma hora de engarrafamento.

Foto: Lunaé Parracho/Agência A TARDE  

A Transalvador modificou o tráfego da pista em direção à Salvador para que os carros pudessem circular nos dois sentidos, desafogando o trânsito.

Tráfego caótico - O temporal deixou o trânsito caótico em vários pontos da cidade. No terminal de ônibus de Pirajá, os passageiros, de tanto esperar, desistiram e foram para casa a pé. As ruas Celika Nogueira e Benedito Jenkes, principais vias de acesso a Cajazeiras, ficaram completamente alagadas. Até as 23h30 de quarta, houve registro de inúmeros engarrafamentos na cidade, principalmente nos bairros adjacentes à BR-324.

Ocorrências - A Defesal Civil registrou, de meia-noite até as 19h53, 326 solicitações de emergência. Dentre elas, treze alagamentos de área, 45 ameaças de desabamento de imóvel, oito ameaças de desabamento de muro, 70 ameaças de deslizamento de terra, 47 ameaças de queda de árvore, sete árvores caídas, uma queda de galho, sete avaliações de imóveis alagados, oito desabamentos de imóvel, seis desabamentos de muro, dois desabamentos parciais, 92 deslizamentos de terra, 15 infiltrações, quatro orientações técnicas e uma ameaça de queda de poste.  Alto da Terezinha, Paripe, Sussuarana, Periperi, Brotas e Castelo Branco são os bairros mais atingidos pela chuva. As solicitações para a Codesal podem ser fetitas pelo telefone gratuito 199.

O secretário municipal de Transporte e Infraestrutura, Euvaldo  Jorge, alertou os moradores de áreas de risco notificados pela Codesal a evitarem ficar em suas casas.

O cenário de céu nublado com pancadas de chuva desta quarta deve continuar pelo menos até sexta, 16, e ainda não há previsão de dias ensolarados em Salvador, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A temperatura na capital baiana deve variar entre 22º e 27º C. 

Sucom - O prédio da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) ficou alagado nesta quarta. A água danificou documentos e equipamentos eletrônicos. O sistema de telefonia e internet do órgão foram desligados.

Segundo a Sucom, não haverá expediente no órgão na quinta-feira, 15, por causa da enchente. Esta é a segunda vez em uma semana que o órgão interrompe os serviços na sede por causa dos transtornos causados pela chuva.

Travessia - Para os usuários da lancha que faz a travessia entre Salvador e a Ilha de Itaparica, a opção é utilizar o sistema ferry boat, pois o serviço no Terminal Marítimo de Salvador está suspenso devido às fortes chuvas que atingem a cidade desde a semana passada.

O embarque de caminhões e ônibus mais altos pelo ferry boat continua suspenso desde a terça, 13, devido ao mau tempo na cidade, segundo informou a assessoria de comunicação da empresa TWB, responsável pelo transporte. A travessia de pedestres, carros e motos está normal, de acordo com a assessoria. São 4 ferries funcionando para atender a demanda.

Confira aqui a previsão para outros dias.

 

Fonte: http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=2239723

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