terça-feira, agosto 09, 2011

VALE A PENA SER PROATIVO?

Por Manoel Trajano
Engenheiro Civil,Especializado em Segurança do Trabalho e Gás Natural




Em tempos de grande competitividade no mercado e busca por qualidade nos serviços, há uma imensa carência de mão de obra qualificada. Mas por que será? Falta investimento do meio privado em cursos de capacitação e qualificação? Falta investimento público para a mão de obra?Talvez um pouco dos dois, mas quando se tem ambos o que se percebe nas empresas de economia mista, que tem a participação votante do poder público como majoritária (e geralmente a menor em participação financeira) é a existência de interesses políticos mesquinhos, individualistas, sindicalistas, vingativos, infantis, grupistas entre outras atitudes indignas de um ambiente corporativo. Quando se tem uma empresa 100% privada a queixa é o salário defasado, o enxugamento total, a ausência de investimento em reciclagem, treinamentos novos, ambiente de trabalho mais favorável e em ambos não se investe ou quando muito pouco em Prevenção de Acidentes, Comunicação Interna e Remuneração/Benefícios. Mas o que tem a ver com o tema proposto? Vou explicar!

Tentar se antecipar aos fatos, manter-se motivado em criar soluções inovadoras, quebrar paradigmas, mudar filosofias parecem ser incômodos para quem não quer abrir mão da estabilidade no poder que assume (que é bem diferente de liderança) por que existe o interesse em manter como está para justificar suas intenções de mudança que nunca vêm. Deixe-me explicar mais ainda: tomemos como exemplo a seca no nordeste. Existe solução?Sim e é viável tecnica e economicamente. Por que não se faz? Porque não há interesse político em se fazer! Que do diga a capa da veja da matéria sobre um certo deputado pernambucando que possui até uma concessionária de um fabricante de motos poderosa no meio do sertão.O trânsito caótico das grandes cidades, inclusive em Salvador,minha cidade,tem solução? Tem mas não se faz porque grupos políticos orquestram manobras para "mamar" o máximo possível das tetas da vaca pública e não tem interesse em viabilizar solução. Se quisesse procuraria os meios acadêmicos como a UFBA ou profissionais privados interessados em resolver (porque os públicos parece que são impedidos por forças superiores hierárquicas) e encontraria o caminho.Outro grande exemplo é a vergonha da obra de mais de uma década do Metrô de Salvador que mamou a situação, mamou a oposição e o seu projeto já está ficando obsoleto. E vem a Copa de 2014 para se mamar mais ainda nas tetas vergonhas da vaca pública com dinheiro do povo por causa de prováveis 2 jogos. Ou você acha que estão eles pensando em melhorar sua vida? Não sei se me fiz claro, mas como sempre vejo as chamadas do Canal Futura e do Globo Ciência para incentivar os jovens pesquisadores a serem estimulados a criar novas idéias, eu tento fazer isso diariamente mas assim como outro tanto de colegas ingênuos que tentam enfrentar esse sistema insano que insiste em ser viciado, arcaico,ultrapassado e que em nada incentiva a criação e quando você cria acham que você quer aparecer, quer puxar o saco, quer chamar a atenção, quer se promover e quando não há nada disso aparece um pseudo-futuro chefe e diz "não vale a pena ser proativo" isso na área de SST.

É a velha estória do vagalume e da cobra em que esta última se incomoda com a luz do primeiro ao invés de procurar seu prórprio brilho. Minha resposta para o título é SIM, vale a pena sempre ser diferenciado, reconhecido pela sua consciência e sua paz de espírito. Se não valesse a pena não estaria aqui compartilhando essa saudável experiência de encarar preconceitos,mal dizeres,tentativas de suborno motivacional,duchas de água fria para compartilhar que tudo passa e vale a pena fazer o que gosta por amor, sem medo de ameaças de represálias e crescendo sempre como diz a música "cada um carrega o dom de ser capaz e ser feliz("Tocando em Frente - Almir Sater").

Na minha área particularmente ser proativo é sinônimo de antecipação dos riscos, que precede reconhecer os riscos,por sua vez leva a monitorar os riscos e quem sabe e é a meta:controlar,minimizar ou anular os riscos. Faço por amor,por paixão, por loucura ser um agente da prevenção,um prevencionista ávido por aprender cada vez mais na longa estrada do conhecimento e da experiência mas repudio violentamente quem tenta castrar minha natural veia da proatividade. Respondo em nome de um grande amigo técnico de segurança, em nome da engenharia de segurança e em nome dos trabalhadores do Brasil que querem voltar para casa melhor do que chegaram, sem lesões físicas ou psicológicas ante o contágio de vícios,paranóias,egoísmos,medos e inexperiência de quem tenta sustentar a estagnação barrando a segurança do trabalho e da vida.


Estamos de luto com mais um descaso que levou ao falecimento de operários na construção civil em Salvador neste dia 09/08/11. Que se aprendam com os erros que mancham de sangue colegas e familiares trabalhadores. Que Deus os tenha,hoje e sempre!

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