terça-feira, setembro 15, 2009

CERVEJA SEM ALCÓOL

Recentemente no Brasil,mais precisamente em 2008,a Confederação Brasileira de Futebol proibiu a venda de cervejas com alcóol nos Estádios para jogos oficiais organizados por ela(Campeonato Brasileiro Séries "A" a "D",Copa do Brasil e jogos da seleção brasileira). Até um tempo atrás só a Liber era 0,0% de alcóol e assim estava registrado na latinha face a legislação vigente junto ao Ministério da Agricultura. Até antes dela a Heinecken e a Nova Schin tinham opções sem alcóol mas na latinha(que nem bula de remédio,quase ninguém lê) informava 0,5% de alcóol e sua composição e que "conforme legislação taltaltal é considerada sem alcóol). Bem,para efeitos de "bafômetro"ou tecnicamente o etilômetro acredito que uma latinha é suficiente para ficar parado na blitz e cair na lei seca,sujeito a multa pelo rigor atual. Mais recentemente foi colocada Nova Schin no lugar da Liber no Estádio de Pituaçu em Salvador, e a latinha parece que mudou de cor(era azul agora é preta). Fiquei na dúvida. Será que a Nova Schin zerou o alcóol e por opção do dono dos bares foi substitituída por ser mais saborosa perante o gosto popular ou será que ainda está com os 0,5% e não tem efeitos no etilômetro.Quem puder auxiliar comente ao final da postagem.(Não se trata de marketing e sim de informe publicitário talvez,pois só citei essas marcar por serem apenas elas disponíveis e serem uma minoria num mundo consumista e bebedor de cerveja com alcóol)
Mas independente desse impasse o que me traz aqui é outra coisa. A resistência das pessoas para com o suco de cevada e levedura sem o alcóol com a justifcativa de que "não tem graça","o bom é o efeito" ou ainda aqueles mais radicais e infelizes"bebo para ficar ruim porque se fosse para ficar bom tomava remédio"e por aí vão as "pérolas". A questão do alcóol vai muito além do gostinho que,cada um tem o seu e podem gostar ou não das marcas citadas acima.Mas a justicativa é que deixa preocupado. Quando a "Lei Seca" foi colocada na prática,alem dos indices de acidentes e entradas em hospitais que diminuiram,aumentou-se a procura nos Alcóolicos Anônimos por pessoas que reconheciam que sentiam falta da cervejinhas nos finais de semana,primeiro indício de uma possível dependência química.
Mais do que uma questão de composição química e sabor,o efeito psicológico criado pode ser devastador para quem tem que começar a parar.Ou você acha que alcóolatra em recuperação,pois é complicado falar em ex-alcóolatra.Alcoolismo é uma doença praticamente sem cura.Cada ano longe da bebida é uma batalha ganha e recaídas podem ocorrer 5,10,15 depois e vem como avalanche,potencial acumulado. Claro que ninguém vai usar mais o termo como ex-dependente ou com a familia,mas a cura total é algo arriscado de se dizer. Há varios fatores envolvidos,inclusive espirituais que não cabe aqui citar para não fugir ao foco.Apenas recomendo a leitura do livro"As faces ocultas do Alcoolismo" da Dra.Elisabeth Barbosa,inclusive copiei um teste para você fazer a si mesmo e disponibilizei no site http://ceianet.blogspot.com , nosso espaço de cidadania e conscientização que junto com o STV compõe a Rede CEIA.
Em épocas de campanha anti-tabagistas é preciso se desenvolver campanhas anti-etílicas. O beber socialmente pode ser o início da eclosão de um problema. Quem já se conhece o suficiente e quiser continuar o fazer,com responsabilidade,que o faça mas dentro de um processo esclarecedor,didático e inclusive no nosso meio de trabalho com prevenção,onde há muitos dependentes ocultos aos nossos olhos,o perigo de acidente ronda e faz subir os indicadores estatísticos.
É só uma modesta reflexão,isenta de juízo de valor,para debate,comentários e aprendizado mútuo.
Manoel Trajano,15/09/09

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