sexta-feira, março 27, 2009

MAIS UM INCÊNDIO - DIADEMA - 24/03/09

Mais um incêndio e mais uma sucessão de erros que faz com que os bravos combatentes do fogo do Agrupamento do Corpo de Bombeiros tenha que lutar para preservar o que for possível do imóvel e das casas vizinhas. Como era de se esperar, uma fábrica de produtos químicos inseridas no meio residencial,com a coninvencia da Prefeitura que liberou alvará de funcionamento em 2008 sabendo das casas ao redor. É sabido no meio de Segurança que é inadmissível a permanencia de fábricas,indústrias no meio de área residencial,da mesma forma que Postos de Combústiveis,Armazenamento de Gás Liquefeito de Petróleo precisam de autorização conforme distancia minima prevista em Normas Técnicas Brasileiras. Com relaçao ao imóvel,nao se sabe da existencia de sistema de combate autônomo como Sprinklers(chuveiro automático), Brigada de Incendio e para completar a falta de recursos técnicos dos combatentes do fogo que nunca possuem agente de extinção apropriado ao material que está sendo queimado,levando a risco de explosões e mais fogo,destruição,lesão e até morte.
Faz-se necessário os Governos Federal,Estaduais e Municipais acordarem para a vida e investir em prevenção,em recursos de emergência,em Treinamentos,em legislação que obrigue o cumprimento de regras mínimas de segurança e que combatam a propina assassina que autoriza liberações que ponham em risco a população. Aqui em Salvador tivemos sábado dia 21/03/09 um incendio no Instituto de Química da UFBA. Projetos,experiencias,investimentos destruídos primeiro pela falta de investimento em sistema de combate a incêndio num predio que mexe com produtos químicos,inflamáveis e explosivos.Mesmo na hora da agonia,tendo a área isolada pelos Bombeiros que combatiam com água sem saber o que combatiam(risco enorme),na bravura, Professores desesperados tentavam entrar para preservar a pesquisa de 100 doutorandos e 80 mestrandos.Isso era hora de pensar nestas questões???O incêndio só foi controlado mais de 4 horas depois com o apoio da Braskem e da Infraero.
Há cerca de 7 anos atrás, fui acionado com todos os colegas da Defesa Civil Municipal(CODESAL)para auxiliar no isolamento da área da Boa Viagem,vizinhança da antiga Fábrica da Souza Cruz,na época depósito de matéria prima de garrafas PET(só se descobriu isso 12 horas depois de iniciado o incendio). O incendio começou as 4 h da manhã e às 7:30 h fomos acionados pelo Coordenador Geral sob solicitação do Plantonista que lá ja estava apos perdido o controle do combate ao incendio.O sinistro so foi controlado ao final do dia,com o Combate da Brigada da Nitrocarbono,com espuma química e roupa de aproximação.
Em 1991 minha cidade natal,Santo Antonio de Jesus foi marcada pela explosão da fábrica clandestina de fogos de artifício que matou 51 pessoas. Sem Corpo de Bombeiros na época(só foi instalada unidade ha uns 3 anos atrás) e sem Hospital com Unidade de Queimados(ainda nao possui) ainda nota-se la e em outras cidades brasileiras o descaso das autoridades em investir em prevenção.
Para completar o Sistema de Saúde na figura dos Hospitais Particulares são reconhecidamente despreparados para atenter tragédias,principalmente multivítimas.
Ou seja,o país do Futebol,Carnaval,da Praia,das Novelas,da Televisão é um país que brinca com a sorte diante dos acidentes e a politicalha faz vistas grossas num sistema mesquinho cujos interesses partidários,políticos e do toma-lá-dá-cá é incapaz de enraizar uma cultura preventiva nas pessoas que acham que nada vai acontecer. Quando se fala em dar Treinamento de Segurança é sinônimo de gasto e nao, investimento. Que país é este?
Manoel Trajano

Após o fogo de 3 horas e meia destruir na manhã desta sexta-feira (27) uma indústria, atingir cerca de 15 imóveis vizinhos e levar 18 pessoas para o hospital, os moradores do bairro Vila Ruyce, em Diadema, no ABC, contabilizam agora os prejuízos.

Veja galeria de fotos do incêndio

As causas do incêndio na Di-All Química, Distribuição, Comercialização e Importação de Produtos Químicos de Limpeza ainda são desconhecidas.

O Corpo de Bombeiros chegou ao local por volta das 7h30, dez minutos depois do início do incêndio. Segundo o tenente Miguel Jodas, porta-voz dos Bombeiros, o incêndio foi controlado e as chamas apagadas perto das 11h. Devido às explosões, labaredas e fumaça escura chegaram a atingir 150 metros de altura e puderam ser vistas do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. Apesar de não haver mais chamas no local, ainda há fumaça. Equipes continuavam na área atingida por volta das 14h30 por causa do risco de novos focos de incêndio. No momento, era feito um trabalho de resfriamento, com o uso de mangueiras com água e espuma.

Registrou o incêndio em Diadema? Mande para o VC no G1

Cerca de três quarteirões foram isolados. As aulas também foram suspensas em uma escola e numa creche próximas da indústria incendiada. Equipes da Defesa Civil e o helicóptero Águia, da Polícia Militar, foram deslocados para ajudar no resgate das vítimas. Muitas tiveram de ser carregadas em macas.

Asfalto derreteu
Após o fogo, a reportagem do G1 se aproximou do local do incêndio e encontrou o asfalto derretido pelas altas temperaturas, que atingiram 1.000ºC, segundo os bombeiros. Também foi possível localizar casas consumidas pelas chamas e carros carbonizados dentro de garagens. O drama estava estampado no rosto dos moradores que tiveram de sair às pressas, muitos levando o que podiam, como animais no colo. Quem viu o fogo destruir seus bens chorava de tristeza.

Por conta da fumaça na região, muitas pessoas inalaram o produto tóxico e tiveram de ser atendidas pelas equipes de resgate, que também se dirigiram ao local, e levadas para hospitais próximos. Por volta das 13h, a Prefeitura de Diadema informou que 18 vítimas do incêndio foram atendidas: 11 delas por inalação de fumaça – uma é um bombeiro; uma gestante por se sentir mal; duas pessoas com ferimentos leves; três com crise nervosa. Nenhuma delas, no entanto, corre risco de morte.

Segundo o oficial dos bombeiros, cerca de 20 casas foram evacuadas e seus moradores retirados e conduzidos para o Ginásio Esportivo Rômulo Arantes do Nascimento, no Jardim Portinari, também em Diadema. Quinze dessas residências foram atingidas pelo fogo. O atendimento às famílias atingidas é feito pela Secretaria de Assistência Social e Cidadania que realiza o cadastramento daquelas que tiveram as casas atingidas. Até o momento, nenhum morador optou pelo serviço de abrigo. Como as casas ficaram vazias, alguns criminosos decidiram agir e tentaram saquear os imóveis. A informação foi confirmada pela Polícia Militar, que registrou alguns assaltos no local e decidiu reforçar a segurança.

A força foi desligada por volta das 7h33, quando as chamas derreteram os cabos dos postes. Às 8h53, 80% da energia havia sido restabelecida. Perto das 9h55, mais 15% também tiveram o serviço normalizado. No início da tarde restavam 5%, ou 35 casas, sem luz. Os técnicos aguardavam a liberação dos bombeiros para consertar os postes danificados e restabelecer a luz.

Risco de desabamento

De acordo com os bombeiros, há risco de o prédio atingido desabar. Segundo os bombeiros, a fábrica estava fechada e não havia ninguém nela quando o fogo começou. Segundo a prefeitura, a empresa tem autorização da administração pública e dos bombeiros para funcionar. A indústria atingida fica na Avenida Henrique de Leo, próxima à rodovia dos Imigrantes. O G1 não conseguiu localizar os responsáveis da Di-All Química para comentar o assunto.

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