"Puxadinhos" bloqueiam passagem no Congresso e são desmontados
Gabinetes dos senadores Gim Argello e Renan Calheiros invadiram a área das passarelas de segurança que ligam prédios do Senado e da Câmara.
Em Brasília, os gabinetes de dois senadores avançaram sobre a área reservada para a saída emergência. Os puxadinhos bloquearam a passagem no prédio do Congresso.
Os puxadinhos não foram feitos em um lugar qualquer. Os gabinetes invadiram a área das passarelas de segurança que ligam os prédios do Senado e da Câmara dos Deputados. Elas estão localizadas no 14°, 15° e 16° andares. As passarelas foram desenhadas por Oscar Niemeyer para servir de rota de fuga em caso de incêndio.
Cada prédio tem 28 andares. Combater o fogo a partir do 14° andar é uma tarefa muito difícil e demorada. Por isso, a passarela tem que ficar sempre livre. Se o incêndio atingir o Senado, os funcionários podem fugir para o prédio da Câmara e vice-versa.
Os puxadinhos começaram a ser desmontados, nesta segunda-feira (14), depois de denúncia publicada no jornal "Correio Braziliense". O senador Gim Argello, líder do PTB, havia feito do local uma sala de estar de 25 metros quadrados com vista privilegiada. A passarela também era extensão do gabinete do senador Renan Calheiros, líder do PMDB, que mandou liberar o local. O setor de pagamentos do Senado se instalou no 16° andar e só deve sair na sexta-feira (18).
O problema existe há pelos menos oito anos. Ao longo de 2010, a Câmara enviou para a Secretaria de Patrimônio do Senado cinco pedidos para a liberação das passarelas. Mas, do lado da Câmara, também há portas de vidros que dificultam o acesso ao edifício. Manter a passagem livre se torna ainda mais importante, porque os prédios não têm escada de emergência externa.
A assessoria de Renan Calheiros declarou que o senador mandou desmontar o gabinete quando soube da irregularidade. A assessoria de Gim Argello declarou que não foram feitas obras na saída de emergência e que os móveis foram retirados nesta segunda. A direção do Senado não informou quem autorizou a invasão.
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